domingo, 27 de junho de 2010

Sweet suicide







-Essa é para qualquer um que pensa que a vida tem um final feliz. Está enganado...

Ela é chula e dissimulada.

Era uma vez...( nossa história se passa num casebre do séc. XVIII, Inglaterra, domingo, chuva. Corta!)

_Não quero que continue assim! penteava com a mãos seus longos cabelos negros e caracolados quando me disse...
_Éramos mais próximos quando guris, porque tens que me deixar?virou para mim com os olhos marejados de indignação e a mal compreensão da realidade.
Mirei-a nos olhos com o mesmo desprezo com que se olha para uma mosca zombeteira no vazio da noite, levantei, lhe virei as costas, fui até o espelho (que tinha sido forjado em um estilo europeu) e disse: (se você acha que vou acabar com os sonhos iludidos de uma moçoila tão prendada quanto Clara? Em cheio! desgraçado leitor) :
_Devo fugir do que me espera se continuar aqui. Ainda de costas.
_ Não há de ser um bicho de sete cabeças!levantou da cama num só pulo.
_Iluda-se por meus dotes, perca a rotina antiga, apaixone-se por mim, desmanche-se enquanto saio, sempre a mesma história, só muda com a época.
Dito isso,sai de sua casa mais uma vez com a sensação de dever cumprido.
No quarto, Clara abre a gaveta, punha a mão em meia dúzia de pílulas ( veneno? talvez), que num só minuto ...morre.
( Ora, mais uma ....tsc tsc! Já paraste para pensar o que te leva a se apaixonar? Meia dúzia de qualidades, veneno? talvez. Voltemos a romântica história, agora da parte em que vem o arrependimento).
Me virei, a casa lá, que junto com a chuva parecia tristonha e chorosa, de alguma forma não consegui distanciar um só passo. Corri até a varanda, arrependido (claro), "Havia se repetido, de novo e de novo..."
Em seu leito recostei. -Sem vida, sem cheiro. Estalei os dedos e pimba! EPIFANIA! Apunhalei uma velha adaga guardada até então por meu pai que se fora, ao peito:
_ Leve-me em seu lugar! sumia a vista cada vez mais frio, embaçado olhos azuis como pude?
E viveram felizes para sempre.

(-Valha-me Deus, duas vítimas do que chamamos “um falho conto de fadas”.

_Maldito o que lê pois desgracei mais um)


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